(Versos
livres)
Cabe
ao poeta fazer graça
com
a própria desgraça;
ver
poesia
onde
os vândalos se tornaram freguesia;
pleitear
em vão seu direito ao amparo
com
policiais de bom faro.
Enquanto
recita Poliana,
mesmo
sob chicana,
sempre
engolindo o sapo,
sem
requinte e sem guardanapo,
sublima
o seu desamparo.
O
poeta trabalha as ideias,
garimpando
ouro sem bateias,
idealizando
um mundo em que tudo são flores;
quando
há conflito com a realidade,
sofrendo
do mundo a maldade,
pensa
até desistir
atormentado
por tantas dores.
De
que vale a mera palavra,
diante
do bruto drogado,
insensível
à dor, aos apelos e à morte,
se
ele tem ao seu lado,
as
ONGs, as leis, a justiça e a sorte?
Poeta,
ante
o mundo violento,
sua
poesia é um alento,
não
seja tão pessimista.
Não
se deixe vencer pelo mal,
aceite
de forma bem lúdica:
-
um dia, lá longe, no futuro,
ainda
teremos, quem sabe,
a
tão sonhada segurança pública.
Admirável a forma abstrata dentro da qual, de maneira real o poeta coloca em poucas palavras o caos desse tão lindo País.
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